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Reflexões

                   TAREFA VITORIOSA

            Se tivermos que falar de alguém que superou as limitações humanas, que venceu os maiores obstáculos e que transpôs as barreiras mais difíceis tanto físicas quanto psicológicas é Jesus Cristo. Quando tudo parecia indicar um fim em meio a frustrações e derrotas, surge uma luz a iluminar um novo caminho, um caminho de vitórias e de glórias. Venceu a dor. Conquistou seu espaço, triunfou glorioso e retornou ao seio do Pai.
            Encerrou sua missão. Ensinou tudo quanto havia proposto ensinar. Realizou tudo o que era de sua competência. Proporcionou vida nova aos cegos, aos surdos, aos paralíticos e aos doentes. Mostrou a todos o que deveriam fazer para garantir a própria salvação. Encerrou sua jornada e sua missão como o maior vencedor de todos os tempos.
            Mesmo assim em nenhum momento demonstrou orgulho ou vaidade. Continuou em sua simplicidade e humildade servindo a todos. Não se ausentou. Ao findar essa sua missão poderia com justiça retornar a seu lugar despreocupado e glorioso. Afinal, missão cumprida. Teria todo o direito de descansar.
            Mas não foi isso que fez. Reuniu seus seguidores e, como bom e sábio Mestre, lhes transmitiu essa missão: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide, pois, e ensinai a todas as nações.” (Mt.28,18-19). Essa é a grande e comprometedora missão. Agora eles devem fazer com que todos os povos encontrem o caminho de Deus.
            A partir disso todos são chamados a participar dessa nova comunidade de eleitos e amados do próprio Deus. E o importante é observar que ele não transmitiu apenas a missão e tenha se retirado, ou afastado. Isso não. Continuou e continua presente. Não para fiscalizar ou para julgar, mas para incentivar e estimular a serem fieis e comprometidos com essa missão.
            Em vista disso, ele acrescentou: “Eis que estarei com vocês todos os dias , até o fim do mundo”. (Mt.28,20). Poderia muito bem dizer que sua tarefa havia se cumprido com sucesso e agora ficaria a responsabilidade de quem o quisesse seguir. Cumprira tudo quanto acabara de transmitir e ensinar.
            Mas ele sabe que o ser humano é fraco. Muito facilmente desanima e abandona sua missão e até sua fé.  Por isso dá a garantia de continuar no meio do povo para animar os fracos, reerguer os caídos, transmitir esperança aos desanimados e coragem aos que se encontram perdidos.
            Durante sua vida terrena, de certa forma, ele estava limitado. Podia estar somente num lugar, numa comunidade. Podia falar com algumas pessoas e não com outras. Agora que já passou pela morte e vive ressuscitado, todas essas limitações cessaram.
            Por estar na glória do Pai, está também mais próximo de todo e qualquer ser humano. Sempre atento e disponível para acolher, escutar e amar seja rico ou pobre, seja letrado ou analfabeto, seja homem ou mulher. Está disponível em qualquer lugar, em qualquer situação e em qualquer hora.
            Este é o Filho perfeito e sábio que soube obedecer ao projeto do Pai e executou uma tarefa vitoriosa. 

Frei Venildo Trevizan - OFMCap
Pároco da Paróquia São João Evangelista  - Goiânia - GO






      O AMOR VENCE TUDO

         Neste terceiro ano do sínodo Arquidiocesano, o tema central da reflexão visando ações concretas, é a caridade que na Palavra de Deus se traduz também por Amor.
         A caridade ( amor ) verdadeiro brota da Trindade e se fundamenta Nela, pois Deus é amor ( I Jo 4,8 ). Ela se fortalece na mensagem bíblica, alimenta-se na eucaristia e concretiza-se na vivência fraterna da comunidade cristã, onde é vivenciada . Neste sentido, a caridade tem as características da universalidade, gratuidade e criatividade.
         A Encarnação de Jesus ( Hb 1, 1-2 e Jô 1, 1-16 ) na vida e história da humanidade, objetiva revelar a Plenitude do amor ( Deus ). Por Jesus, Nele e com Ele podemos ter acesso ao Deus verdadeiro que nos é anunciado como infinito amor misericordioso. Deus é comunhão! É puro amor.
         Todo Cristão é feito para o amor pelo simples e rico fato de que “Deus nos amou primeiro” (I Jo 4,10-19). A grandeza e a riqueza do ser humano não consiste em amar a Deus, mas em ser amado primeiro por Ele. Como resposta e este gesto gratuito de amor para com cada um de nós, amamos a Deus e O amamos notadamente no concreto da vida que se expressa na caridade ( amor ) aos outros, preferencialmente aos menos amados ( pobres ), como fez Jesus.
         Por isso dizemos que o amor a Deus não pode ser apenas demonstrado no culto, nas celebrações religiosas, nas orações ( que são importantes ), mas deve ser concretizado nos relacionamentos humanos, sejam entre pessoas, na família, na comunidade, na vida social, enfim. Daí resulta a necessidade da prática da Justiça, da hospitalidade, na compaixão com a viúva, o órfão, o peregrino. É a concretização do mandamento do amor: o próximo deve ser amado como a nós mesmos ( Lv 19,18 ).
         A espiritualidade Franciscana atenta para um aspecto todo especial na vivência do amor ( caridade ). Trata-se de uma convivência respeitosa, harmoniosa entre todas as criaturas. Amar, para Francisco de Assis, é também ter respeito e criar harmonia com todos os seres criados ( humanos ou não ), pois tudo foi criado pelo Deus de infinito amor. O amor concreto entre os seres humanos é, sem dúvida, primordial. Mas ele se expressa também no amor ( respeito ) à obra criada ( natureza ). Somente assim é possível construir a Paz!

         “O amor vence tudo”! Este é o tema que norteia a Trezena de Santo Antônio e norteará nossa caminhada Arquidiocesana deste ano!


Frei Livino Bordignon OFMCap
Vigário Paroquial