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quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O CONVITE


            Quando se fala em Reino de Deus há quem imagine um lugar aprazível como se fosse um palácio bem iluminado, decorado a ouro, com belas e suntuosas salas onde todos se reúnam para celebrar ricos banquetes, vinhos finos com taças de prata e outros tantos atrativos que encantariam a quem quer que seja.
            Mas o Mestre dos mestres quando nos fala em Reino de Deus não fala nada disso. Compara, isto sim, com um banquete, ou com uma pescaria, ou com uma pedra de valor, e outros muitos símbolos que signifiquem opção, escolha e seguimento. E todos têm oportunidade e condição de participar e usufruir de suas regalias.
            O Reino de Deus pode ser, então, comparado com um banquete que Deus mesmo quer celebrar com seus convidados: homens e mulheres, bons e maus, justos e injustos, limpos e sujos, sem distinção. E são do mundo inteiro. O convite se estende a todos, pois quer ver todos na mesma ceia e na mesma celebração.
            Ele quer celebrar nesse banquete o amor, a misericórdia, o perdão, a justiça, a verdade, a vida. E isso não será apenas para alguns, mas para todos.
            Infelizmente, enquanto o desejo de Deus é celebrar o amor, os homens alimentam o ódio. Enquanto Deus convida para celebrar o perdão, os homens alimentam a vingança. Enquanto Deus convida para celebrar a justiça, os homens preferem cultivar o egoísmo. Enquanto Deus convida celebrar a vida, os homens preferem espalhar a morte.
            Mas o convite está aí. O desejo de Deus continua vivo e vibrante para que ninguém se considere excluído e, sim, participante. E Deus não quer fazer tudo sozinho. Espera que aqueles e aquelas que descobriram a proposta do Evangelho se transformem em mensageiros convidando a todos para a verdade, o amor e a bondade.
            É sempre bom lembrar que o convite se estende a todos, pois há lugar para todos na mesa do Senhor. Mas é preciso usar a veste própria do banquete: a veste do amor fraterno, do respeito mútuo, da mútua ajuda, da partilha e da solidariedade.
            Quem estiver com a veste da corrupção, da falsidade, da mentira, da injustiça, da exploração, deverá mudar. Caso contrário, o Senhor terá que solicitar seu afastamento dessa ceia sagrada. E isso não é nada bom.
            A oportunidade é para todos. E todos são sabedores das exigências. Mesmo o banquete sendo gratuito, todos sabem que não participarão de qualquer jeito. Quem rejeitar o irmão, como poderá sentar à mesma mesa? Quem difamar o pobre, como poderá servir-se do mesmo alimento? É preciso estar no mesmo nível e na mesma comunhão de sentimentos e de atitudes.
            Caso contrário, não haverá como partilhar o alimento que é símbolo da igualdade de direitos e é comunhão de sentimentos e de projetos familiares constituindo uma só unidade entre irmãos e irmãs de todas as classes e de todas as crenças.
            Assim o Reino de Deus não será algo imaginário, mas um lugar e um ambiente onde todos se tratem como irmãos e irmãs. Onde haverá alegria em um servir o outro. E juntos louvar o mesmo Deus e Pai que ama a cada qual com amor terno e eterno.
             Frei Venildo Trevizan OFMCap