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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ANO VELHO – ANO NOVO


            Um ano termina e outro inicia. Uma noite comum separa dois anos: o velho e o novo. Seria maravilhoso se realmente essa simples noite realizasse o grande sonho: deixar um ano para trás e amanhecer para um novo ano com nova audácia, com muita energia e com uma enorme disposição em realizar algo que engrandeça a historia pessoal e a historia da própria humanidade.
            Para que o ano se faça novo não será preciso consultar os astros, nem os videntes e nem forças sobrenaturais. É bem mais sensato basear-se no bom senso, no equilíbrio emocional e na lucidez da razão. São essas as forças que deverão garantir um passo novo em seus empreendimentos, em seus projetos e em seus sonhos.
            A força maior em tudo isso deverá ser a fé renovada e fortalecida em cada acontecimento e em cada realização. Uma fé que leve a reconhecer as fraquezas e as possibilidades, as limitações e os projetos. Uma fé que não temerá passar por momentos difíceis e nem por provações até mesmo constrangedoras. Uma fé que não deixa morrer a esperança de alcançar o que deseja.
            É essa fé que fortalece o espírito de cada ser humano que se disponha corajosamente abandonar os velhos vícios, as velhas manias, as mesquinhas intrigas que causaram descontentamentos e dissabores. Manias e desgostos que se tornaram empecilhos indesejados para uma convivência mais saudável e mais harmoniosa.
            Deixar o ano velho para trás. Para muitos esse ano proporcionou momentos e fatos ricos e valiosos. E são motivos nobres para celebrar, agradecer e guardar como riquezas que farão parte de um patrimônio sagrado e bendito e se constituirão motivo de orgulho para os admiradores e familiares futuros. 
            Maravilhoso é o fato de olhar o passado com o olhar de quem se sente feliz em ter realizado e proporcionado o melhor de si.
            E, a partir dessa constatação, entrar para o novo ano com disposição renovada, com projetos otimistas e com amor fecundo. Esse amor está faltando em muitos corações. Esse amor não consegue motivar muitos intelectos acomodados e envelhecidos por causa do medo em assumir e da teimosia em não acreditar em dias melhores.
            Mas sempre é tempo de recomeçar! Sempre é tempo de renovar pensamentos, projetos e sonhos. Não pode contentar-se com as conquistas realizadas. Não pode acomodar-se naquilo que alcançou. Não pode deixar morrer o entusiasmo, o otimismo e a esperança.
            Novo ano é novas disposições, novas atitudes e novos compromissos. Novo ano exige uma fé renovada, uma esperança fortalecida e um amor criativo. Em tudo colocar dinamismo, confiança e disposição em conquistar novos espaços e irradiar muita alegria e uma imensa satisfação.
            Saborear a satisfação de estar fazendo o que é bom, o que é belo, o que enobrece, o que engrandece e, especialmente, o que agrada a Deus. Que a paz vença o ódio, que o amor supere a frieza e a fé ilumine todas as mentes. FELIZ ANO NOVO.
                                                                                                     Frei Venildo Trevizan  OFMCap

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

CORRESPONDER



            Nada mais confortável do que constatar que a confiança depositada em alguém está sendo correspondida e surte o efeito desejado. Especialmente quando se tratar de tarefas um tanto delicadas e de grande responsabilidade. É nessas atitudes que se pode medir a profundidade do caráter e da responsabilidade da pessoa.
            Se isto acontece entre seres humanos marcados por limitações e deficiências, o que pensar quando se tratar do Mestre dos mestres? Ele confia a cada ser humano tarefas de acordo com a capacidade em executá-las. Não trata a todos da mesma forma e no mesmo nível. Cada qual tem seu modo e seu jeito de entender e assumir algo que lhe seja confiado ou creditado.
            A uns é dado o dom da sabedoria para comunicarem valores morais e espirituais aos demais. A outros é dado o dom de acolher a quem necessite de conforto, orientação, estímulo e força para vencer e superar dificuldades. A outros é dado o dom de liderar grupos e comunidades para estabelecer um diálogo franco e aberto onde todos possam assumir um conjunto de verdades e realizar projetos que sejam úteis à humanidade.
            A outros é dado o dom de administrar empresas, indústrias e outras organizações que congreguem operários e funcionários de diferentes idades, diferentes graus de conhecimento e diferentes crenças. Mas a todos será proporcionado ambiente de participação, partilha e convivência solidária. E isso tendo em vista, não apenas lucros, mas principalmente partilha de bens e de idéias.
            São muitos os que recebem o dom da palavra com a responsabilidade de congregar homens e mulheres de todas as idades e etnias para formarem comunidades religiosas das mais diversas maneiras e expressarem sua crença em Deus, ou outra divindade, que lhes assegure paz de espírito, comunhão com os demais e segurança na busca do sobrenatural.
            Nenhum ser humano poderá reclamar por não possuir algum dom, alguma qualidade, alguma virtude que lhe ajude a se relacionar de maneira humana com os demais e com o próprio Deus.
            Quem se queixar estaria sendo ingrato duvidando da generosidade e da bondade daquele que ama a cada filho e a cada filha com um amor muito pessoal.
            Seja administrador de grandes empresas ou esteja efetuando pequenas tarefas, o valor perante Deus é um só. A responsabilidade também é a mesma. Pois cada qual deverá prestar contas daquilo que lhe foi confiado e daquilo que lhe foi solicitado.
            Ninguém poderá se deixar dominar pela preguiça ou pela indolência. Ninguém poderá se omitir em sua missão e em sua tarefa. Como seguidores do Mestre dos mestres é preciso estar atentos em seu lugar e em seus compromissos correspondendo fielmente ao que lhe é  concedido.
            É bom saber que Deus em sua sabedoria e em sua bondade se mostra sempre acolhedor e generoso em suas bênçãos e em suas recompensas. A inteligência humana não consegue alcançar e entender o quanto Deus é generoso em retribuir a cada um que lhe é fiel em administrar os dons e os talentos concedidos. Ele quer recompensar a todos indistintamente sem medir o quanto cada qual realizou.
                                                           Frei Venildo Trevizan.

PROFISSÃO DOS NOVIÇOS 2011

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sábado, 5 de novembro de 2011

SANTO OU HUMANO


            Deus, ao criar o ser humano, criou-o à sua imagem e semelhança. Criou-o homem e mulher confiando-lhes essa missão: “Sejam fecundos, multipliquem-se, encham e submetam a terra; dominem os peixes do mar, as aves do céu e todos os seres vivos que rastejam sobre a terra”. (Gen.1,27-28)
            A partir dessa proposta o ser humano é chamado a dominar e transformar toda a criação. Pois tudo o que Deus criou o criou imperfeito, confiando ao ser humano a tarefa de trabalhar para completar essa obra e aperfeiçoá-la a tal ponto que se aproximasse cada dia mais da perfeição que se encontra no próprio Deus e Criador.
            Essa é a tarefa desafiante para toda e qualquer inteligência humana que terá pela frente essa missão confiada pelo Criador de todas as coisas. E o Criador exige apenas fidelidade e participação por parte do homem. Tudo deverá ser feito de acordo com o plano e a vontade do Criador. E tudo em obediência a ele.
            Em nenhum momento Deus exige ou permite que o homem se ausente de sua tarefa e de sua missão. Sua realização será sempre mais plena na medida em que for fiel ao compromisso confiado por Deus. Deverá com o máximo empenho administrar e conduzir essa obra maravilhosa saída das mãos generosas e santas de Deus.
            Assim irá se efetuando a santidade do ser humano. Na medida em que se empenhar em bem dirigir e administrar os bens saídos das mãos de Deus estará também se tornando santo como Deus é santo. Não é se afastando das coisas do mundo, mas assumindo-as e trabalhando-as para o bem de todos.
            A santidade não consistirá em isolar-se do mundo enclausurando-se em busca de silêncio e de conforto para si. Não é “fugir” do mundo. Não é abandonar a sociedade. A santidade consistirá em empenhar-se pela humanização daqueles e daquelas com quem convive. É trabalhar em favor da justiça, dos direitos humanos, da defesa dos empobrecidos. É lutar para que haja pão em todas as mesas.
            Pode não agradar a todos, mas a constatação da realidade social atual é preocupante. Quanto mais se desenvolvem técnicas e métodos de crescimento do progresso, tanto mais o ser humano se desumaniza. A vida e a dignidade estão perdendo seu valor sagrado. Estão se tornando presa fácil do ódio e da violência.
            O difícil será recuperar esses valores perenes da humanidade. E, então, a santidade não dependerá de milagres e de outros fatos extraordinários, mas estará íntima e profundamente relacionada ao empenho em revitalizar a natureza dos seres e em humanizar o ambiente em que se vive.
            A grande questão que inquietará muitas mentes seria esta: é mais importante cultivar a santidade ou os valores humanos? Enquanto uns se empenham em incentivar o exercício das virtudes que levariam à santidade, outros se empenham em desenvolver os valores humanos para humanizar a sociedade.
            Com certeza a santidade dependerá do humano. O próprio Deus se fez humano para que o humano se faça divino.              
Frei Venildo Trevizan OFMCap

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

O CONVITE


            Quando se fala em Reino de Deus há quem imagine um lugar aprazível como se fosse um palácio bem iluminado, decorado a ouro, com belas e suntuosas salas onde todos se reúnam para celebrar ricos banquetes, vinhos finos com taças de prata e outros tantos atrativos que encantariam a quem quer que seja.
            Mas o Mestre dos mestres quando nos fala em Reino de Deus não fala nada disso. Compara, isto sim, com um banquete, ou com uma pescaria, ou com uma pedra de valor, e outros muitos símbolos que signifiquem opção, escolha e seguimento. E todos têm oportunidade e condição de participar e usufruir de suas regalias.
            O Reino de Deus pode ser, então, comparado com um banquete que Deus mesmo quer celebrar com seus convidados: homens e mulheres, bons e maus, justos e injustos, limpos e sujos, sem distinção. E são do mundo inteiro. O convite se estende a todos, pois quer ver todos na mesma ceia e na mesma celebração.
            Ele quer celebrar nesse banquete o amor, a misericórdia, o perdão, a justiça, a verdade, a vida. E isso não será apenas para alguns, mas para todos.
            Infelizmente, enquanto o desejo de Deus é celebrar o amor, os homens alimentam o ódio. Enquanto Deus convida para celebrar o perdão, os homens alimentam a vingança. Enquanto Deus convida para celebrar a justiça, os homens preferem cultivar o egoísmo. Enquanto Deus convida celebrar a vida, os homens preferem espalhar a morte.
            Mas o convite está aí. O desejo de Deus continua vivo e vibrante para que ninguém se considere excluído e, sim, participante. E Deus não quer fazer tudo sozinho. Espera que aqueles e aquelas que descobriram a proposta do Evangelho se transformem em mensageiros convidando a todos para a verdade, o amor e a bondade.
            É sempre bom lembrar que o convite se estende a todos, pois há lugar para todos na mesa do Senhor. Mas é preciso usar a veste própria do banquete: a veste do amor fraterno, do respeito mútuo, da mútua ajuda, da partilha e da solidariedade.
            Quem estiver com a veste da corrupção, da falsidade, da mentira, da injustiça, da exploração, deverá mudar. Caso contrário, o Senhor terá que solicitar seu afastamento dessa ceia sagrada. E isso não é nada bom.
            A oportunidade é para todos. E todos são sabedores das exigências. Mesmo o banquete sendo gratuito, todos sabem que não participarão de qualquer jeito. Quem rejeitar o irmão, como poderá sentar à mesma mesa? Quem difamar o pobre, como poderá servir-se do mesmo alimento? É preciso estar no mesmo nível e na mesma comunhão de sentimentos e de atitudes.
            Caso contrário, não haverá como partilhar o alimento que é símbolo da igualdade de direitos e é comunhão de sentimentos e de projetos familiares constituindo uma só unidade entre irmãos e irmãs de todas as classes e de todas as crenças.
            Assim o Reino de Deus não será algo imaginário, mas um lugar e um ambiente onde todos se tratem como irmãos e irmãs. Onde haverá alegria em um servir o outro. E juntos louvar o mesmo Deus e Pai que ama a cada qual com amor terno e eterno.
             Frei Venildo Trevizan OFMCap

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

CONFIANÇA




            Encontrar uma pessoa confiável para assumir algum compromisso de valor. Contar com alguém de plena confiança. Esse, talvez, seja o desafio mais complexo nos dias de hoje. Confiar em quem? Eis a questão. Encontrar uma secretária de confiança, um companheiro, um administrador, um gerente, um mestre de obras, um chefe de sessão, e tantos outros.
            Felizmente ainda é possível à família poder contar com seu médico de confiança, com seu advogado, com um sacerdote, um pastor, alguém que guarde segredo de certas confidencias.
            Não está fácil confiar naqueles e naquelas em quem votamos para serem os governantes e administradores do bem comum. Muitos deles traíram, ou estão traindo, a confiança do povo causando decepções, insatisfação e até revolta. O povo não merece ser tratado dessa forma. Confiou e foi traído. Votou e foi roubado.
            É preciso estar atentos a esses e outros fatos para poder encontrar o melhor caminho. A vida ensina que é importante pensar seriamente antes de tomar alguma decisão. Ter paciência diante das dúvidas, moderar diante de tantas ofertas, ter bom senso diante de tantas escolhas, ter equilíbrio diante de tantos desafios. Como diz o dito popular: “É preciso confiar desconfiando”.
            Saber em quem confiar. Preparar as pessoas de quem almeja adquirir ou atribuir confiança. Pois a confiança e a mãe que gera grandes obras, grandes acontecimentos e grandes amizades. Ela perpetua relacionamentos e convivências construídos no amor sincero, no respeito profundo e na fé criativa. Ela eterniza o prazer de partilhar sentimentos e sonhos elaborados pela mente e pelo coração que se deixam iluminar e fortalecer pela graça de Deus.
            Deus confia em cada ser humano, em cada criatura. Mesmo que da parte do ser humano não haja a devida correspondência, ele sempre confiará. Pois cada ser humano e cada criatura são obra de suas mãos,  dom do seu amor e reflexo de sua generosidade.
             Sua confiança chega a tal ponto que distribui a cada um tantos dons quantos sejam necessários para o desenvolvimento harmonioso de cada ser em si e para produzir obras e atos que sirvam para o bem de todos os outros seres.
            E será que o ser humano confia em Deus? A Bíblia sagrada exorta para que ninguém duvide, mas sempre confie no Senhor: “Confia no Senhor e ele será o teu auxílio” (Eclo.2,6) “Quem confia no Senhor é feliz” (Pr.16,20) “Confiem sempre no Senhor, pois ele é uma rocha firme” (Is.26,4). E o salmista reza: “Em ti confio, meu Deus. Que eu não fique envergonhado, e meus inimigos não triunfem sobre mim” (Sl.25,2).
            É comum ouvir que todo o cristão confia em Deus. Mas parece que essa confiança não é tão verdadeira e nem sincera. Se o fosse não haveria a necessidade de consultar horóscopo, não haveria a necessidade de usar certos amuletos contra a inveja, a feitiçaria, o olho gordo e outros. Não haveria a necessidade de consultar adivinhos para saber sobre seu futuro e sua sorte
            Isso demonstra fraqueza de fé e falta de confiança em Deus. Quem confiar em Deus não necessitará de outros meios para resolver seus problemas e dirimir suas dúvidas. Deus não faz mal a ninguém, não castiga, não envia provações e não provoca catástrofes. Ele quer o bem, a alegria, a confiança e a paz para todos.
                                                                                  Frei Venildo Trevizan OFMCap                         

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

COERÊNCIA

      Coerente é alguém que demonstra concordância entre o que pensa e o que vive, entre o que propõe e o que cumpre, entre o que diz e o que faz. Coerente é alguém de tal forma transparente que todos admiram e respeitam.
      Não é fácil perseverar na coerência. A sociedade anda muito corrompida. Parece até que os mais bem sucedidos são os espertos. São aqueles e aquelas que fazem grandes propostas, maravilhosas promessas, mas não cumprem. São pessoas falsas e mentirosas. Disso todos sabem. Mas é difícil que alguém assuma a causa e imponha honestidade e coerência.
      Quantos e quantas emitem um juramento de cumprir rigorosamente o que a Constituição brasileira propõe e, em seguida, passam a desviar verbas, a elaborar projetos de interesse pessoal, ou partidário, a realizar obras que beneficiem as elites e correligionários. E esquecem os pobres e os oprimidos que os elegeram.
      Quantos e quantas proclamam um juramento solene de cuidar da vida preservando-a desde a concepção até sua morte natural, cuidar da saúde e bem estar dos pacientes. E depois cometem o crime do aborto, não atendem devidamente, deixam longas filas à espera. Outros facilitam a eutanásia, ou deixam morrer à míngua.
      Quantos e quantas, num dia de muita alegria, de muita festa e de muita emoção diante do altar, juram amor e fidelidade por toda a vida. Passado algum tempo esquecem, ou desprezam, esse juramento e passam a cobrar um do outro respeito, compreensão, companheirismo e diálogo. Surgem os atritos, discussões e brigas. Acontecem infidelidades e traições.
      Passam a não se entender, não se respeitar e não se suportar. Vem a separação. Para alguém poderá ser até um suposto alívio. Mas para outros será a destruição de um sonho, o desmoronamento de um amor e a crucificação de uma vida.
      Quantos e quantas, motivados pela fé em Deus e pelo desejo profundo de se entregar à vida de oração, de contemplação e de consagração a Deus, de trabalhar junto aos pobres e marginalizado, também fazem um juramento solene de viver na pobreza, na obediência e na castidade por toda a vida.
      Mas, com o passar do tempo, o entusiasmo esfria, a fé enfraquece, o desejo se esvazia e o trabalho cansa. Também abandonam aquilo que haviam assumido com tanto entusiasmo, com tantos sonhos e tantos projetos.
      Quantos e quantas dizem crerem em Deus, freqüentam igrejas, ou templos, e até alimentam devoções particulares. Mas maltratam empregados, não pagam salários justos, superfaturam mercadorias, realizam negócios enganosos, traem pessoas de confiança e enganam inocentes.
      Quanta incoerência! Penso em tantos e tantas que pedem a Deus saúde, riquezas e emprego. E, tendo tudo isso, se vangloriam como sendo unicamente conquista sua. Esquecem que tudo é presente de Deus e precisa ser partilhado com os mais pobres.
      É preciso ser coerente entre aquilo que se pede e aquilo que se promete a Deus.
      Frei Venildo Trevizan OFMCap

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

A DIFÍCIL TAREFA DE PERDOAR

A vocação de todo o ser humano é viver estabelecendo relações de amor e de paz entre todos, de harmonia e entendimento com o universo e com a própria humanidade. E para isso se compromete a dissipar a vingança, a ira e o rancor criando um ambiente de perene reconciliação. Se alguém errar deveria reconhecer e buscar o perdão. E quem se sentiu ofendido deveria aceitar as desculpas e perdoar.
Esse seria o ideal para uma convivência harmoniosa e feliz. Esse é também o desejo de Deus para seus filhos e filhas. Mas não é fácil perdoar, como não é fácil aceitar que sem o perdão não há como viver a paz.
Ser “perdoado” todos querem. Mas perdoar aos outros torna-se muito difícil, pois exige uma transformação interior muito grande e uma fé muito viva e muito forte.
Deus sempre perdoa, pois o coração dele é feito de bondade e misericórdia. Seus gestos são de acolhida e salvação. Suas palavras são luzes constantes e firmes que dissipam a escuridão do mal e revelam a beleza do bem. Por isso ele sempre está pronto em acolher e oferecer novas oportunidades e novas chances de vida.
Tudo isso é belo e gratificante. Revela o coração maravilhoso de Deus. Revela também seu desejo de ver a humanidade celebrando o amor, o respeito, o perdão e a graça de uma vida feliz. Mas é difícil satisfazer esse seu desejo. É difícil fazer o mesmo que ele faz.
É desafiante aprender que perdoar quer dizer: abrir o coração para acolher a quem errou, ter disponibilidade em não conservar rancor contra quem causara essas contrariedades, ou essas situações.
O perdoar estabelece um passo a mais: esclarecer a quem errou que precisa estar mais atento para não retornar ao erro e recomeçar a construção de sua vida com mais dignidade e humildade. Esse passo exige uma coragem muito grande em superar o preconceito e a raiva. Exige exercitar corajosamente a humildade e a sinceridade.
Negar o perdão é um ato que violenta tanto que o espera quanto quem o poderia oferecer. Creio até que fere mais a quem o nega do que a quem o necessita. Pois o fato de negar deixa no coração uma dor profunda, uma mágoa dolorida e uma apreensão inquietante. Não encontra sossego e nem paz, pois o ódio e o desejo de vingar criam uma ferida praticamente incurável.
Só mesmo o dia em que tomar coragem e fizer algo mais humano e mais generoso oferecendo o perdão é que tudo se transformará. Não sou capaz de entender como possam existir pessoas capazes de conviver com o rancor, com o ódio em seu coração. Serão pessoas muito amargas e muito difíceis de conviver.
Será bem melhor procurar viver em paz com todos. Mesmo que não consiga criar ambiente ideal de amor e entendimento, que ao menos haja respeito com as diferenças individuais e que se faça o possível para não interferir na vida e no comportamento.
É bem melhor viver uma vida saudável transmitindo alegria, esperança e uma enorme satisfação em saber que o amor de Deus está disponível para todos.
Frei Venildo Trevizan OFMCAP

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

FELIZ QUEM ACREDITA

            Amo Maria. Ela acreditou na proposta que Deus lhe fizera e assumiu a missão de mediar a salvação da humanidade que vagava temerosa em meio às trevas da incerteza. Ela acreditou e se fez servidora. Embora convocada para ser mãe, preferiu agir como serva prestando seu serviço no silêncio e na humildade como expressão de sabedoria e maturidade.
            Apesar de ser jovem e aparentemente ainda não segura em suas decisões, demonstrou maturidade em suas convicções e em suas atitudes. Sempre soube corresponder às luzes do alto que iluminavam seu coração fortalecendo-o no amor e na dedicação de sua missão como mãe e coredentora, como intérprete das bênçãos divinas e semeadora de esperança entre os pobres e os enfraquecidos.
            Com sua presença silenciosa e humilde assumiu uma ação verdadeiramente corajosa e transformadora, dispersando os soberbos de coração, derrubando os poderosos de seus tronos, elevando os humildes, alimentando os famintos e despedindo os ricos de mãos vazias. (Lc.1,52)
            Essa mulher mudou a face da terra. Tudo o que pudesse prejudicar a alguém, ela recolhia para si e guardava no íntimo de seu coração. Até mesmo o sofrimento que, como espada de dor, traspassava seu coração e feria sua sensibilidade, ela conservava no silêncio.
            Como Maria, mãe do Redentor e mãe da humanidade, que soube corresponder à proposta feita por Deus em favor da humanidade, assim, hoje, ainda existem homens e mulheres que também acolhem com todo o amor essa mesma proposta e se consagram a um modo de viver diferente do comum da humanidade.
            São chamados de consagrados à vida religiosa tendo como alicerces de sua escolha os conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência.
            São opções assumidas livre e conscientemente. Mesmo que nem todos consigam concretizar esse projeto de vida até o fim, mesmo assim existem os que conseguem. E o realizam com muita alegria e muita vibração e se sentem plenamente realizados em seus anseios de perfeição e de felicidade.
            Não é um caminho difícil. Não é uma decisão heróica, embora o comum da sociedade não entenda. É um caminho e uma decisão que envolvem muito empenho e convicção. É um modo de viver muito pessoal alimentado por exercícios de convivência com pessoas diferentes, com modos de pensar também diferentes. Mas com um objetivo comum: alcançar a plenitude da comunhão com Deus e com os irmãos.
            E esses que se consagram estão sujeitos a fraquezas, a erros, a tropeços de toda espécie. São seres humanos. São frágeis como todos. Se não buscarem o fortalecimento no espiritual, não conseguirão realizar seus projetos. E isso acontece em qualquer opção que o ser humano fizer. Exige renúncia e desprendimento. Não aversão, ou desprezo.
           Para os indecisos não haverá lugar na glória. Só pessoas decididas como Maria poderão cantar alegremente: “Minha alma engrandece o Senhor e meu espírito exulta em Deus meu Salvador. Pois o Todo-poderoso realizou em mim maravilhas e santo é seu nome” (Lc.1.46)
           
Frei Venildo Trevizan OFMCap

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

MISSÃO SAGRADA

            Dia dos pais. Felizes aqueles pais que no aconchego do lar conseguem celebrar esse dia num abraço sincero, num presente merecido e numa convivência harmoniosa. Filhos orgulhosos dos pais. Pais orgulhosos dos filhos. Tudo motivo para uma grande celebração e uma maravilhosa comemoração.

            Esse é o ideal que poderia estar acontecendo em todos os lares, em todas as comunidades e em toda a sociedade. Mas nem tudo é festa. Nem tudo é alegria. Nem tudo está podendo ser comemorado com abraços e com presentes. Infelizmente são muitas as situações constrangedoras impedindo uma celebração mais espontânea e mais festiva.

            O orgulho leva muitos homens a se fecharem em seu egoísmo não permitindo que a família continue sua historia edificada sobre os alicerces do amor e da fidelidade. Provocam-se tantos atritos e desentendimentos que se torna inviável a convivência e o entendimento.

            Morre o respeito. Morrem as esperanças e também os sonhos. Morre o amor. Cada qual busca seus direitos e não aceita abrir espaço para a reconciliação e para o perdão. Triste situação que atinge e fere profundamente a sensibilidade dos filhos que acabam perdendo o rumo e a segurança em seus planos e em suas vidas.

            Onde estarão, hoje, os pais heróis e as mães heróicas? Pessoas que, mesmo no sacrifício, mesmo em tantas dificuldades no relacionamento, serão capazes de reencontrar a humildade para construir a reconciliação, o perdão e o amor?

            São desses homens e dessas mulheres que o mundo está precisando. Maridos e esposas que guardem sempre vivo o sagrado juramento assumido perante Deus e perante a lei dos homens. E façam desse juramento a razão de viver e a força de gerar filhos que sempre se orgulhem dos pais que os colocaram no mundo e lhes transmitiram tantos valores que os levarão a plenificar seus sonhos e seus projetos.

            Esta é a missão sagrada e conferida aos homens e mulheres que planejam perpetuar suas qualidades, seus planos e suas riquezas materiais, culturais e espirituais através de uma união estável e eterna. União essa que irá gerando novos sentimentos e novos planos. Tudo em favor dos filhos que anseiam por liberdade e realização plena.

            Esta missão é sagrada porque envolve um e outro no mesmo compromisso de transmitir segurança em seu caráter, firmeza em sua fé e perseverança em seus propósitos. Por mais dura e mais difícil que se apresente, sempre encontrarão meios para contornar os obstáculos, superar as barreiras e vencer as dificuldades.


             Um coração que ama verdadeiramente não se deixará enganar por ilusões e fantasias. Saberá buscar em Deus as forças necessárias para manter viva a chama do seu amor e a lembrança do dia em que diante do altar fez aquele juramento com voz embargada e o sustenta com fé e muita alegria.

            Não existem cursos que ensinem a ser pai. Não existem escolas. Não existem universidades. Existem tão somente experiências. Experiências pessoais que nascem da observação, da reflexão e da confiança em Deus.

              Frei Venildo Trevizan OFMCap

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Chamado a servir

     No calendário da Igreja o mês de agosto é celebrado como o mês das vocações. Oportunidade em que cada qual pensa em maior profundidade o cultivo de sua própria vocação. Vocação como um chamado a plenificar seus dons e seus projetos no caminho do aperfeiçoamento pessoal para melhor servir a comunidade.

     Nesta primeira semana celebramos a vocação ao sacerdócio assumido por homens decididos a renunciarem muitos dos valores que o mundo aprecia. Buscam dedicar seus dons a serviço do Reino de Deus.

     Sabem que a vocação não é um valor a ser manipulado em proveito próprio. Sabem que é uma proposta de Deus em favor do bem da comunidade. E quem cultivar e trabalhar apenas pensando em si, pensando em sua santificação, ou salvação, certamente estará se isolando e mesmo se fechando às graças de Deus. Estará fugindo do verdadeiro sentido da vocação.

     No Evangelho de Mateus há um fato marcante na vida e na missão do apóstolo Pedro: “Bem de madrugada, Jesus foi até os discípulos andando sobre o mar. Quando os discípulos o avistaram ficaram apavorados e disseram: “é um fantasma!”. E gritaram de medo. Jesus, porém, disse: “Coragem, sou eu. Não tenham medo”. Pedro, então, lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir a teu encontro caminhando sobre as águas”. Jesus respondeu: “Venha!” Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água. Mas ficou com medo quando sentiu o vento. E, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me”. Jesus o tomou pela mão e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que você duvidou?” (Mt. 14,25-31)

     Pedro representa aquele sacerdote que pensa apenas em si. Exige que tudo gire em torno de seus planos e seu ponto de vista. Pedro podia, ou devia, pensar nos demais que estavam com ele na barca. E poderia sugerir que a todos fosse possibilitado ir ao encontro do Mestre caminhando sobre as águas. Mas pensou só em si. E afundou.

     Querer andar sozinho não é o melhor. Querer realizar um projeto de vida apoiando-se apenas em seu modo de pensar, em sua capacidade, é muito arriscado. Pode não dar certo. Pode provocar crises, divisões, decepções e muitas frustrações em sua comunidade. Caminhar com a comunidade, partilhar tudo com os demais, poderá ser mais demorado e mais difícil, mas será bem mais seguro.

     Conviver com pessoas diferentes, pessoas que tem outra maneira de pensar, pessoas que divergem no modo de agir e de fazer, poderá se constituir em exercício muito nobre e muito rico em experiências e em crescimento na convivência solidária. Aliás, o verdadeiro sacerdócio consiste nisso: estar disposto a servir e não buscar ser servido.

     No episódio de Pedro percebe-se o quanto ele foi egoísta e interesseiro. Talvez tenha pensado apenas em sair-se bem para depois vangloriar-se de mais uma aventura.
Esqueceu de sua missão como coordenador e animador da pequena comunidade dos apóstolos. Por isso, diante da primeira dificuldade (vento que soprou), gritou desesperado por socorro. Duvidou do Mestre que estava à sua frente. O perigo pode estar rondando os passos de muitos ainda hoje se não tiverem fé naquilo que se propuseram.

     Frei Venildo Trevizan OFMCap

quinta-feira, 28 de julho de 2011

SUPERAÇÃO DA FOME


         Uma realidade que aflige as mentes e os corações das pessoas sensíveis ao sofrimento humano é justamente a constatação cruel da fome e da miséria que ceifam tantas vidas e tantos talentos humanos. É uma realidade que perturba e incomoda constantemente até mesmo as autoridades que deveriam se responsabilizar em encontrar caminhos que garantam vida saudável para todos.
            Muitos ambientes, assim ditos cristãos, também sentem e se compadecem diante dessas situações. E apelam para a oração. Julgam solucionar o drama rezando pelos que sofrem, pelos que passam fome, pelos desempregados e pelas mais diversas e dolorosas situações em que se encontram tantos seres humanos impedidos de viverem digna e honradamente.
            Não podemos negar que existem pessoas e organizações que, sensibilizadas pela dor e amadurecidas em sua fé, se organizam em busca de saídas humanizadoras. Empenham-se em orientar e promover esses seres humanos que se encontram desumanizados. Procuram meios, não apenas para eliminar a fome, mas também para encontrar meios dignos de se refazerem e reconstruírem sua própria vida.
            Isso faz pensar muito seriamente naquilo que aconteceu enquanto Jesus, o enviado do Pai, percorria a Galiléia anunciando o Reino de Deus e revelando tudo quanto o Pai lhe confiara para revelar. Numa dessas viagens missionárias aconteceu algo inusitado e que questiona a fé de qualquer cristão.
            “Ao sair da barca, Jesus viu grande multidão. Teve compaixão deles, e curou os que estavam doentes. Ao anoitecer, os discípulos chegaram perto dele e disseram: “Este lugar é deserto, e a hora já vai adiantada. Despede as multidões, para que possam ir aos povoados comprar alguma coisa para comer”. Mas Jesus lhes disse: “Eles não precisam ir embora. Vocês é que têm de lhes dar de comer”. (Mt.14,14-16).
              Como sempre acontece, aqueles discípulos estavam apenas preocupados em seguir o Mestre pensando no privilégio de estarem permanentemente perto dele e não serem incomodados por ninguém. O Mestre resolveria tudo. Sabiam que o caminho era longo. Sabiam que seria muito difícil encontrar comida. Cada qual levava consigo escondido o alimento mais que suficiente para si.
            Mas a multidão que os seguia não tinha consciência disso. Com certeza aguardavam algum milagre, algo extraordinário que assegurasse a continuação do seu caminho. Mas os discípulos queriam ver-se livres. E, por isso, pediram que despedisse a multidão para que providenciasse o que comer. Não queriam incômodo. Não pensavam em partilhar o que possuíam. Só pensavam em si.
            Também não esperavam a reação do Mestre questionando a fé e a sensibilidade deles: “Vocês vão alimentar essa multidão”. Um questionamento sério e desafiante. Mas que, a partir do momento em que cada qual colocou em comum o que guardava para si, aconteceu o milagre. Todos se fartaram e a inda sobrou. Onde houver partilha a fome será vencida e a comunhão será alegre e festiva.
                                                                   Frei Venildo Trevizan

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O TRIGO E O JOIO

            O ser humano é livre em suas escolhas e em suas decisões. É diferente dos demais seres. Eles são conduzidos e determinados pela lei do instinto, enquanto o ser humano é alimentado pela capacidade de discernimento entre o bem e o mal, entre o certo e o errado, entre o verdadeiro e o falso. Mesmo assim essas distinções irão depender do grau de instrução a que cada qual tem acesso.



            O mundo sempre esteve dividido entre bons e maus, entre santos e pecadores, entre os que semeiam o trigo e os que semeiam o joio. O trigo simboliza tudo aquilo que serve de alimento, de ensinamento e orientação para o bem. O joio simboliza tudo aquilo que representa ensinamentos e sugestões que iludem os inocentes mostrando-lhes que tudo é bom e tudo é permitido para alimentar a fantasia e satisfazer o prazer.
            Por mais que as igrejas se esforcem em mostrar caminhos e atitudes que mais aproximam de Deus, está mais do que claro que existem grupos e organizações elaborando programas que incentivam a liberdade total e a permissividade em todos os setores da vida. Iludem o público com a alegação de que tudo é válido e pode ser aproveitado ao máximo.
            É o joio que continua se espalhando e ampliando sua influência nas mentes, especialmente dos jovens. Incute-lhes que cada qual deve criar seu próprio mundo virtual e ocupar-se tão somente dele. Não haverá necessidade de conviver com os demais. A comunicação será sempre virtual. Assim ninguém poderá interferir ou questionar. Cada qual cria seu conteúdo ideológico, seus princípios intelectuais, suas normas morais e até sua religião.
            Não quer saber de opiniões e nem de palpites. O futuro não lhe interessa. O passado não o influencia. Já foi. Já aconteceu. É o agora que interessa. Não importam as conseqüências. Nem pensar nisso. É bem melhor aproveitar aquilo que lhe favorece, mesmo que seja ilusório. Afinal, a ilusão alivia as tensões e conduz para um estágio imaginário.
            Não precisa pensar e nem planejar tanto. O mundo da informática se encarrega de oferecer inúmeras opções. Cada uma melhor do que a outra. Cada uma mais atraente e mais fascinante. É o cartão de credito, é o face book, o orcut, o twiter, o msn. Todas maneiras atuais de olhar o mundo, intervir nas pessoas, aproveitando-se às vezes da sua ansiedade para iludi-las e explora-las.
            Esse é o joio que vai se infiltrando na mente e passa a confundir os valores da vida. Influencia de tal forma que chega a criar novas necessidades, novos desejos e novos sonhos. Tudo voltado para um possível sucesso e uma vida mais confortável e mais rica. Sonha um mundo grande. Alimenta grandes conquistas. É a infeliz ilusão.
            Outra lição que aparece nesta comparação entre o trigo e o joio é que enquanto uns poucos se esforçam em semear o trigo do amor fraterno, do respeito mutuo e da fé em Deus, outros espalham o joio da droga, do culto ao “eu”, da indiferença religiosa e do ateísmo.
            Contudo, é preciso acreditar que ainda é possível sonhar com um mundo melhor onde a justiça e a paz se abraçarão, o amor e a fé se confraternizarão e o ser humano se reencontrará na intimidade com seu Deus e Pai.
                  Frei Venildo Trevizan OFMCap